Vamos Dormir
Quero embalar seus sonhos em noites de estrelas costuradas a mão. Embelezar a sua fronte preocupada com doces extraídos da cor pura da maçã. Quero lamber o seu corpo. Tomar o seu copo. Beber sua juventude em goles curtos e ferozes. Na noite que me espanta eu não acordo. Apenas demoro para dormir. Deve ser sua falta que me maltrata e me impede de sorrir. Ou a estranha paz que finge que lhe traz mas só deseja me destruir. No escuro não devoro minhas lágrimas. No entanto ainda leio minhas palavras tatuadas na parede suja. Diz que me ajuda. E tira essa faca do meu peito. Ainda está cedo e sei que posso resistir. Diz que minha luta é tão sincera quanto eu tento. E guarda os meus braços em um abraço enquanto não chegamos ao fim.